Há muito mistério e curiosidade em torno da figura de uma dominatrix.
Recentemente a Netflix lançou uma série, Amizade Dolorida, na qual uma estudante de psiquiatria vive paralelamente como dominatrix.
São episódios curtinhos e engraçados, que mostram a relação dela com seus clientes, destes com seus desejos e dela com seu secretário e o resto de sua vida.
Da obra do Marquês de Sade à séries e filmes sobre a temática, a dominação sempre esteve presente no imaginário da humanidade.
As vezes recebemos algumas dúvidas de leitores, principalmente quando abordamos temas relacionados ao universo BDSM. Temos muitas pessoas adeptas no ysos.
Pensando em como trazer mais informação de qualidade pra quem acompanha nosso blog, fomos conversar com a Fernanda Benine, do Dominatrix Augusta.
No que consiste o conceito do estabelecimento?
O Dominatrix Augusta é um bar fetichista aberto ao público, ou seja, adeptos, curiosos, praticantes, iniciantes, todos sem exceção são bem vindos.
Nossa idéia é que o Tabu em relação as praticas de fetiche seja quebrado e que o pessoal possa conhecer e ter experiencias diferentes na casa de maneira segura e consensual.
A figura da dominatrix
Como vocês definem uma dominatrix? Existem tipos diferentes ou gradações entre elas?
Uma Dominatrix é sempre uma Dominatrix. Claro que existem aquelas que tem mais tempo de experiência e que pode passar informações através de cursos e workshops para outras.
Não falamos em tipos, mas cada Dominatrix tem sua forma de conduzir uma sessão e tem suas praticas de preferencia. Dominatrix é o nome que se da para Dominadoras profissionais. Podemos usar o termo Pró Domme também!
Que ferramentas uma dominatrix pode usar para lidar com seu/sua submisso(a)?
Essa pergunta é bem ampla. Tudo começa do combinado entre as partes, uma Dominatrix sempre tem as suas praticas de preferência e o (a) submisso (a) sempre tem seus limites.
Tudo deve ser bem conversado antes pois a principal regra do BDSM é o SSC (São Seguro e Consensual).
Combinado isso ela pode usar vários artifícios tantos psicológicos, quanto físicos, vai de como ela quer conduzir uma sessão, cena ou uma relação D/s (Dominação e Submissão). Vou citar alguns artifícios:
-Humilhação
-Privação de sentidos
-Feminização
-Castigos
– Dominação psicológica
Entre outros.
A dominação faz parte das fantasias de muita gente que não chega de fato a exercê-la. Tem algo que as pessoas falam que esperavam que fosse e que vêem ser diferente quando chegam lá?
As pessoas fantasiam muito quando nunca teve a oportunidade de realmente estar num ambiente fetichista. Algumas pelas condições da vida, como por exemplo pessoas casadas e que o parceiro não consegue entender os fetiches, ou então por medo e timidez.
Algumas pessoas acreditam que vão entrar num ambiente feio, escuro e underground, ou então que já vão entrar tomando chicotada, mas não é bem assim.
Aqui é um ambiente tranquilo como qualquer bar, porém temos uma masmorra.
Na masmorra as práticas são feitas na maioria das vezes pelos próprios clientes, então não temos nada programado.
As vezes temos um convidado ou outro mas sempre indicamos a pessoa que quer conhecer, se programar para passar a noite na casa, pois as coisas vão acontecendo inesperadamente.
Aqui você pode realizar seus fetiches mas tudo sempre dentro da consensualidade, se a pessoa não quer, você não fará com ela.
Então é uma casa, diferentemente do que as pessoas pensam, que tem muitas regras, respeito e seriedade.
O que acontece em Vegas, fica em Vegas
Existem regras para participar das atividades da casa?
Claro! Primeiramente quem está assistindo as cenas e não está participando, não pode fotografar. Como já disse antes, tudo deve ser dentro do (São Seguro e Consensual)
Sexo explicito não é permitido, claro, existem cenas que tem erotismo e sensualidade, mas o sexo em si não é permitido.
Práticas que envolvam sangue e uso de material cirúrgico (A menos que sejam pessoas convidadas).
Existe algum tipo de preocupação com sigilo dos frequentadores?
Claro que sim! Não permitimos fotografia, em eventos muito cheios temos sempre o fotógrafo da casa que sempre se informa se pode ou não fotografar.
As pessoas geralmente usam um “apelido”para se identificar, e não seu nome real, nós guardamos muito bem essas informações. E caso a pessoa não se sinta a vontade ela tem a opção de usar mascara ou algum adereço que “disfarce”.
Qual a atração/atividade mais amada, que faz mais sucesso na casa?
As pessoas gostam muito dos shows, tanto burlesco como os de Strip. As Cenas de fetiche que mais fazem sucesso são de Shibari (técnica de amarração com cordas) e claro, as “Chicotadas”.
Todas as atividades/festas são bem procuradas, mas a que mais faz sucesso dentre as festas são as de podolatria.
Toda nossa programação está no nosso site, ou rede sociais.
Algum caso curioso ou engraçado que já tenha acontecido na casa e que possa nos contar?
Os casos mais curiosos nós mantemos em segredo. Mas tem muitas pessoas que chegam a ligar no bar para saber se vendemos cerveja, se temos garotas, se temos troca de casais.
Então é curioso ver como as pessoas ainda tem uma grande dificuldade de não relacionar o fetiche com sexo. O Dominatrix é um bar como qualquer outro, temos cervejas, drinks e uma cozinha maravilhosa.
Ninguém vem para transar ou qualquer coisa do tipo, as pessoas vem para conhecer pessoas que tem o mesmo fetiche e praticá-los de maneira segura e consensual.
Como saber mais sobre o Dominatrix Augusta?
Visite o bar!
Saiba como chegar: Rua Fernando de Albuquerque, n. 298, São Paulo
Acompanhe o bar no Instagram: @dominatrixaugustaoficial1
Tire suas dúvidas pelo whatsapp do bar: (11) 3456-2295