Olhe pro seu lado. Você enxerga mulheres livres e empoderadas perto de você? Se sim, é um bom sinal. Se não, é uma oportunidade de você criar espaço para isso!
Por falar em oportunidade, não é de hoje que a mulherada reivindica melhores condições de trabalho, respeito e igualdade nos espaços até então ocupados pelos homens.
A cada dia que passa, vemos crescer no ysos o número de mulheres que deixam de se privar de uma vida sexual ativa e passam a viver experiências libertadoras, sozinhas ou com suas parcerias.
Em torno do sexo a história é a mesma. Enquanto elas foram deixadas de lado, subordinadas e tendo seus desejos negados e mal atendidos, os homens gozaram de liberdade para falar e fazer sexo como bem entenderam.
Hoje a história toma outros rumos e elas fazem valer cada dia mais as suas vontades!
Já falamos aqui anteriormente sobre mulheres que gostam de sexo e não têm vergonha alguma (e nem deveriam) em falar sobre o assunto abertamente.
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher em 2022, conversamos com algumas mulheres poderosas, livres e sem tabus sobre como elas enxergam suas participações no meio e como elas enxergam que as coisas podem melhorar em relação à liberdade sexual feminina para que cada dia tenhamos mais mulheres livres.
Saúde: seu corpo é um templo
Uma das dificuldades para que tenhamos mulheres livres, sexualmente falando, é também a falta de educação sexual. Não se trata mais apenas de falta de informação. Temos muitos dados sobre saúde íntima feminina e diferentes pessoas produzindo conteúdo de qualidade sobre isso na internet. Mas, a mentalidade de quem cria meninas ainda está assombrada por tabus.
Sendo assim, as pequenas não são incentivadas a conhecerem o corpo e conforme crescem, muito menos incentivadas a falar e a fazer sexo.
Com tamanho desconhecimento, muitas mulheres passam a vida sem saber o básico sobre seu prazer e sobre o funcionamento de seu corpo, colocando às vezes sua saúde em risco. A dra. Sheila Teodoro, médica infectologista alerta:
Parte da expressão do amor próprio, vem em forma de auto cuidado, das mulheres terem autonomia sobre suas escolhas e seus corpos. Dito isso, sempre importante lembrar do empoderamento necessário para tratarmos de prevenção na vivência plena da sexualidade feminina. E daí vem o apelo às mulheres: se informem sobre prazer e prevenção, estudem as possibilidades e quais estratégias podem fazer parte do seu contexto de vida no momento e não se esqueçam que esse assunto deve ser tratado com naturalidade, mas que deve existir seu espaço. Converse sobre preservativos, práticas, parceiros e testagens. Cuide do que é tão valioso pra você: sua liberdade e sua saúde.
Dra. Sheila Teodoro
CRM: 150.022/SP RQE: 83435
É 2022 mas nunca é demais repetir: Não há nada de errado em vocês mulheres livres andarem com camisinha, comprarem seus brinquedos eróticos e cobrarem das parcerias que vocês também sejam satisfeitas!
Liberdade e Igualdade: caminho sendo construído
De salários compatíveis à atenção devida na hora de transar! São muitas as pautas das discussões femininas para que elas possam viver com respeito e dignidade.
Para mulheres trans, por exemplo, o simples respeito à sua existência, sem violência nem preconceito.
A luta de uma é a luta de todas. Juntas (e contando com os homens mais esclarecidos também) conseguiremos criar um mundo onde viver bem e sem medo seja mais que um sonho, seja uma realidade. Um lugar onde o não é não, onde não tem psiu e onde a roupa que vestimos não é vista como convite para nada.
A liberdade sexual feminina vai muito além da quantidade e qualidade de sexo que uma mulher tem acesso. Claro que isso também conta. Mas saber o que nos encanta, sentir-nos confortável com o nosso corpo, nos conhecermos e não sermos julgadas por encararmos a sexualidade como uma parte cotidiana de nossas vidas ainda não é a nossa realidade, infelizmente.
Temos um caminho longo para a promoção da nossa emancipação, além da luta contra a objetificação e comercialização dos nossos corpos, contra a violência de gênero e a conscientização social que nos liberte do machismo que provém dos homens e de nós mesmas. Felizmente, o tema tem sido discutido cada dia mais, o que me dá a esperança de que, num futuro próximo, estaremos mais perto da plena liberdade sexual, com respeito e todo prazer que conseguirmos alcançar.
Elisa G. Advogada de Direitos Humanos
Saciedade: mulheres têm tanta vontade quanto homens e está tudo bem!
Solteiras ou casadas, elas estão aí pra jogo! Sabem o que querem, o que gostam, como e onde querem e com quem querem!
Essas mulheres livres que tem o meio liberal como lifestyle estão por toda parte: na padaria, no seu prédio, no mercado, na empresa, na rua, onde quer que você olhe… até mesmo nos templos religiosos!
Por isso, é possível que você conheça algumas delas, mas não saiba. Se elas estão no ysos, mais garantido ainda de você não saber, pois aqui é tudo sigiloso! 😉
Elas são mães, irmãs, amigas, tias, primas, professoras, colegas de trabalho, clientes, fornecedoras, executivas, entre tantas outras funções. Elas fazem acontecer e fazem o mundo girar!
Por serem conhecedoras do próprio prazer, elas não se limitam e, quando participam de um relacionamento, potencializam o prazer com a parceria: seja o casal se divertindo com uma terceira pessoa num ménage, seja o casal se divertindo com outros casais fazendo swing.
Enquanto conversávamos ela me contou que tem noites em que faz sexo com mais de 10 homens e seu marido se sente cada minuto mais animado e feliz de vê-la tendo prazer e quando ela, em suas palavras, “derruba todos eles”, é a vez do marido e ela gozarem gostoso transando com a melhor mistura de amor e tesão que eles têm!
Erika participa com o companheiro do Sexlog, do ysos e frequentam casas de swing em diferentes cidades da região onde moram.
Desejos e realização: descobertas e desafios
Há quem descubra a liberdade ao se deparar com ela e entender que nunca havia vislumbrado nada como aquilo. Foi o caso da Fátima Pimenta, praticante do ménage masculino há 23 anos com seu marido e outros parceiros.
Na verdade não foi uma escolha, mas uma descoberta a partir da revelação do interesse por parte do marido, afinal era uma mulher religiosa, criada na doutrina católica onde tudo relacionado ao sexo era proibido ou pecado. Me fez descobrir que também poderia ter fantasias e me libertar dos tabus e regras impostas na minha criação desde a tenra infância. Me valorizou como mulher, permitindo exercer a minha sensualidade e o poder de sedução tão sonegados durante minha existência até ali.
Fátima Pimenta
Hoje em dia, Fátima e o marido já escrevem livro, deram entrevistas na TV, organizam e promovem festas liberais e produzem conteúdo no instagram sobre o meio, ajudando iniciantes e curiosos a conhecer mais sobre este lifestyle.
Conforme narramos no nosso livro Casamento com Pimenta, a primeira experiencia foi muito mais tensa do que excitante, um misto de desejo em realizar e temor pelo que poderia acontecer durante e depois. Embora quisesse muito fazer, o processo de seleção do parceiro (na época) não ofereceu muitas alternativas e rolou mesmo com o que parecia ser a melhor opção, mais pela experiencia dele do que por seus atributos; tudo aconteceu sobre muito nervosismo e incertezas de como fazer e agir; mas a partir daí descobri que a escolha final seria sempre minha, minha vontade é que prevaleceria diante do assédio e desejo de outros homens, que no durante deve prevalecer o desejo e as possibilidades oferecidas pelo momento sem agredir meus gostos e vontades, faço o que pode proporcionar prazer para ambos, mas sem ceder naquilo que não me parece prazeroso no momento ou invada minhas convicções, já no depois o que vale é estar ao lado de quem amo relembrando os momentos vividos na realização das nossas fantasias.
Fátima Pimenta
Fátima nos trouxe dicas para quem está querendo começar mas ainda não se decidiu efetivamente:
Da fantasia à realidade existe uma distância imensa, porém é possível fantasiar o ménage ainda dentro da sua zona de conforto, levando a fantasia para a cama junto de seu parceiro, utilizando palavras e atitudes durante o ato sexual, ou até mesmo brinquedos eróticos que possam fazer as vezes de uma terceira pessoa na relação. O medo ou receio sempre estará presente quando o próximo passo for passar da fantasia à realidade, porém quando o desejo for maior que o medo irá acontecer, neste momento esteja certa que nada poderá mudar o sentimento do casal, e que o ménage servirá sim para os unir e apimentar a relação, resgatando o desejo, a cumplicidade e o amor apagados pela rotina do dia a dia do casal. Antes porém, estabeleçam as regras do que pode ou não acontecer durante o ménage, evitando assim que ocorram gatilhos que possam despertar ciúmes e atrapalhar não só o durante mas também o depois da fantasia.
Fátima Pimenta
Parceria: mulheres livres e o compartilhamento de prazer
Então é isso, mulheres livres! Tomem as rédeas de sua sexualidade e sua vida e se divirtam. Dá para ser livre sendo solteira ou estando em uma relação. Ser livre é uma condição mental e emocional.
Que você aproveite muito a sua liberdade, a sua vida, goze gostoso, sozinha ou acompanhada e que inúmeras iniciativas que valorizem o desejo e o poder de decisão das mulheres apareçam a cada dia!
Feliz Dia Internacional da Mulher! Estamos te esperando lá no ysos!